sexta-feira, 15 de junho de 2012

Boa leitura: Bilecos, popocas e um criança curiosa




     Pedi autorização ao Caio Melo do blog: Pais Modernos, para reproduzir um de seus posts. O artigo é muito interessante e o autor fala como muito carinho sobre uma saia justa na educação de meninas, que tem tudo a ver com este espaço.  

Bilecos, popocas e uma criança curiosa

    Jana e eu temos conversado há algumas semanas sobre estar ou não no momento de mudar a forma como lidamos com sexualidade junto à pequena. Até pouco tempo atrás ela estava naquela de reconhecer as diferenças, notar que “menino tem bileco e menina tem popoca”, como comentei no Ser pai de menina é… ter bileco!. O lance é que essas crianças de hoje em dia vem com o turbo ligado, então as coisas evoluíram rápido.
Esses dias, enquanto eu tomava banho e ela estava pela casa com a mamãe, ela veio até a porta do banheiro e perguntou se eu tinha bileco. Como sempre, respondi que sim. Aí ela me olha e pergunta:

- O seu bileco está dormindo ou está acordado?

- O QUE?! DE ONDE VOCÊ TIROU ESSA COISA, MENINA?

     Eu devo ter ficado de todas as cores possíveis (vermelho, amarelo, roxo, azul…), mas engoli todo o meu espanto (e a vontade de responder o que você leu ali em cima) e respondi com naturalidade que estava dormindo e mudei de assunto.

     De simplesmente notar as diferenças, a pequena passou a querer ver o papai pelado. Aí que a gente se pergunta, entre medos, neuras e fantasmas: está na hora de começar a “esconder o jogo”? Chegamos na fase de inserir a programação de pudores?
Eu, nos meus devaneios de pessoinha filósofa, questionadora e pré-paternidade, dizia que gostaria de criar meus filhos sem esse falso puritanismo, sem essa mania de burca cultural. Sempre fui da opinião de que nossos corpos são bonitos e que não temos motivo algum para escondermos eles ou acharmos que é algo sujo, feio ou pecaminoso a priori.
Até aí, mais ou menos tudo bem. É importante não reforçar esse tipo de pensamento na infância da minha princesa. Mas aí vem uma outra questão. Nesse mundo de gente má intencionada, eu fico um pouco menos preocupado se minha filha souber que não é comum ver pessoas sem roupa. E agora, José?

      Apesar de tudo que li e estudei sobre fases de desenvolvimento (e tantos livros a esse respeito na seção da livraria destinada a pais malucos como eu), o fato é que essas descobertas não tem hora para acontecer e tampouco um alarme avisando os pais… e assim como eu sou pego de surpresa sendo inquirido sobre meu bileco estar ou não dormindo (CARACA, MEU!), certamente serei surpreendido pela minha filha descobrindo sua sexualidade daqui a alguns anos (ai ai, espero que demore um pouco).

     Outra coisa fundamental (que um de meus queridos leitores me relembrou) é que não tem como saber qual é o tal ponto ideal entre um extremo e outro. Tentamos, refletimos, ponderamos, analisamos… mas no fim das contas, é sempre possível que aquela criatura adolescente nos culpe por seus traumas e jogue álcool nas nossas feridas nos acusando de fazer tudo errado. É, camarada, agora vai dormir com um barulho desses!

    Mas aí, além de conversar com a Jana e eu pesquisar a respeito, lembrei-me de uma fonte incrível de conhecimento: meus visitantes e leitores com seus filhos mais velhos que a princesa! Vocês que já passaram dessa fase, como foi? Como lidaram com isso? Vamos lá, compartilhem sua sabedoria! Afinal, mais do que me ajudar nesse momento de desespero, vai ajudar tantos outros pais e mães pelo mundo afora hehehe.

2 comentários:

  1. É, amigo, te prepara para essas e outras... Rafael certo dia, lendo um livro desses com abas, de um ratinho que usava fralda, abriu a fralda do rato e perguntou "Cadê a pitoca dele?". É mole? Hehehe
    (Aliás, livro muito bom pra crianças que estão na época do desfralde, se chama "O que tem dentro da sua fralda?")

    ResponderExcluir