terça-feira, 26 de março de 2013

4 meses como um click




     Minha pixota completou 4 mesesinhos de vida, e em meio a imensidão de alegria que invadiu a nossa casa, nos deparamos com uma polêmica: o confronto de opiniões. De um lado o “não vejo a hora dela..”, do outro o  “aproveita que passa logo!”

    Super-natural que a chegada da primeira filha, neta, sobrinha, enfim primeira tudo na família venha acompanhada de um monte de ansiedades: a primeira visita a casa das vovós, os passeios...  sem contar as expectativas cada vez maiores por passos, talvez não tão próximos...  Mas a frase que ainda tenho mais escutado é não vejo a hora de Isabela ... ir a praia , brincar pela casa , abrir os seus próprios presentes , começar a falar....

Como num click

       Já falei aqui que sou fã de cinema, gosto de tudo, de ficção aos clássicos, do drama as comédias, o que vale é a diversão. Um ator que gosto muito é o Adam Sandler, é o rei de um estilo que chamo de: filmes tipo sessão da tarde. De todos os longas de Sandler o meu preferido é “Click”, onde o mocinho adianta a vida com um controle remoto, e a moral da estória é que ele perde os melhores momentos da vida.

       Acho que é assim mesmo, a vida é como um filme, você não pode adiantar o começo senão aquela cena imperdível vai ficar para trás. No meu caso, por mais que queira chegar naquela parte onde a mocinha chama o figurante de papai, quero assistir também aquela em que a princesa aprende a sentar, engatinhar, ou quando chora ao ver o mesmo figurante sair para trabalhar.



Aproveita que passa logo!

       É bíblico, está lá em Eclesiastes Cap 3 Versículo 1:11, tudo tem seu tempo, existe o tempo de plantar e de colher o que está plantado. No nosso caso é o tempo de plantar, plantar muito carinho e amor.  É o tempo de Bela, de curtimos mais intimamente a nossa princesa,  já já ela cresce e o mundo vai ser o quintal de casa. 

        Zapeando pelo Youtube encontrei esse vídeo da revista crescer, que veio de encontro com o momento e inspirou este post.


         Ao invés do FF, o botão do meu controle remoto que queria apertar era o Slow Motion, para passar tudo bem devagarzinho. Ou talvez um REC para gravar quadro a quadro  no meu imaginário cada reação da princesa  e eu poder aproveitar cada segundinho da minha Isabelota.



terça-feira, 19 de março de 2013

Ter um bebê é antes de tudo abrir mão da sua rotina, mas ...



    Durante os noves meses de gravidez de Dani ouvi diversas vezes a seguinte frase: Aproveita agora, porque depois que o bebê nascer você não vai poder fazer mais nada. O que no inicio parecia um conselho, depois foi se tornando uma espécie de sentença, que teríamos de cumprir como pena pelo “crime” de decidirmos ter um filho.


    Passado o impacto inicial causado pela gravidez, parto, pós-parto e toda a sua adaptação, a primeira conclusão é de que sua vida nunca mais será a mesma. É verdade também que nada supera a felicidade proporcionada por um sorriso banguela entre centenas de fraldas sujas e inúmeras noites mal dormidas. Diante disto resolvi fazer um postzinho informativo para os  futuros papais.


Hobbies


   Segundo o Wikipédia hobby é a denominação dada a uma atividade de entretenimento livre que o indivíduo desenvolve sozinho ou coletivamente.  Os meus preferidos sempre foram cinema, música e futebol.


   E o Oscar vai para: Não chora filha! Pelo menos tem sido este o roteiro de maior audiência aqui em casa. Sou um apaixonado pela sétima arte e nos últimos anos conseguia manter a invejável média de quatro idas ao cinema por mês, mas, desde a chegada de Isa nem o boletim do cine plaza consigo acompanhar. Com a nossa Bela mamando num intervalo IRREGULAR de 3 horas é inviável arriscar uma fugidinha com horários pré-estabelecidos, assim as projeções ficaram restritas a uma de tela 3.5 polegadas onde a protagonista é sempre a nossa filhota .


   Uma das coisas mais legais que surgiram em Recife nos últimos tempos foi o Baile Perfumado, a casa de shows recebeu uma penca de artistas que curto pra caramba, gente como: Frejat, Zeca Baleiro, Nando Reis e Vanessa da Mata, que por motivos óbvios passei em branco em todos eles. Agora  no meu play list do  music player só tem galinha pintadinha e baby songs. 


   Dia de jogo do Timba e eu era presença certa no caldeirão, devidamente uniformizado e independente do adversário, que podia ser o campeão da libertadores ou o recém  rebaixado a série B. Mas a vida nos oferece um 360 graus e o clássico imperdível, de repente se torna apenas uma curiosidade na seção de esportes do jornal da segunda feira.


Pai e mãe sim, marido e mulher também.


     Uma das missões mais difíceis para um casal após o nascimento de um bebê, é lembrar que além de pai e mãe eles também são marido e mulher.


    É óbvio que as noites mal dormidas e o cansaço pela rotina exaustiva nos torna menos tolerante, e é claro que motivos fúteis se tornam fortes argumentos para discussões desnecessárias. Além disso, o cineminha e os happy hours com os amigos, que antes funcionavam como válvula de alivio, praticamente inexistem. Toda essa atmosfera favorece as crises conjugais.


    Para tentar minimizar a situação abusamos da boa vontade das vovós e da tia Paula, e estabelecemos a meta de pelo menos uma fugidinha por semana para um jantarzinho a dois.  Mas é claro que o assunto é um só: “como será que está a nossa neném?” junto com todo aquele sentimento de culpa.


Tempo livre?


    Marido de médica sempre fica um pouco sozinho, é naquele plantão na sua folga que vem um tempo só para você.  Sabe aquele FIFA com os amigos? Ou uma velha relembrada nos CDs? Ou até mesmo uma sessão de vídeos no youtube? É amigo, tudo isso ficou trás. Sua casa agora vive repleta e no intervalo da soneca da filhota você um cronograma de obrigações. Ainda aparece alguém para comentar: “Nunca mais você escreveu nada no blog”.


...Mas não existe felicidade maior 


     Ter um bebê é antes de tudo abrir mão de toda a sua rotina, mas ... é também fazer de você um alguém melhor, alguém que coloca todas as suas prioridades em segundo plano, só para viver em função de um serzinho que, desprovido de qualquer pecado, é só amor e inocência.  E que faz de você  a pessoa mais feliz do mundo, pelo simples gesto de sorri ao te reconhecer. Para os futuros papais o que tenho a dizer, é que não existe felicidade maior do que ter um bebê.



quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval de Isabela



Baianinha Sapeca
     Já faz um tempão que não dou o ar da graça aqui pelo blog, é que todo tempo livre quero curtir a filhota. São dois meses, duas semanas e cinco dias de muita felicidade, alegria e acima de tudo, muita intensidade. Morto de cansado, escrevo enquanto Dan descança depois de mais uma noite puxada e Bela dorme o soninho dos anjos.


    Isa caiu do céu, um anjo lindo que apareceu com olhos de cristal, nos enfeitiçou e eu nunca vi nada igual. De repente...  Ela surgiu na nossa frente, luz cintilante estrela em forma de gente, invasora do planeta amor, você nos conquistou ... 
(Adptação da canção de Tunai)


Primeiro Carnaval de Isabela


        Não sou fã número um de frevo, mas morando na terra do melhor carnaval do mundo, sempre dava uns pulinhos, nem que fossem no Recife antigo ou nos Papa-angus de Bezerros. No entanto esse ano a quarta feira de cinzas nos reservou outra ressaca, foram quatro dias de outro tipo de folia.


Primeiro passeio
    Com a autorização de tia Carol, Isabela deu as suas escapulidas durante o carnaval e a primeira parada foi na casa de papai do céu. A nossa “baianinha” robou a cena na missa da Capela Nossa Sra das Graças, Padre Marcelo e as irmãs distribuíram bênçãos para Isa, que em breve se tornará cristã.

Recepção de gala

        Ainda no domingo de carnaval, com uma recepção de gala, vóvó Chica comemorou a visita de Bela.  Cercada pelo carinho de amigos e parentes, nossa princesa se comportou como uma mocinha. Vieram até os primos de João Pessoa só para prestigiar o “momento histórico”.
Dan e a sinnho
Sininho soneca
Sininho
      Na segunda feira a linda sininho, distribuiu encantos no seu passeio vespertino pela praça de Casa Forte. Acho que esse programinha papai e mamãe aproveitaram mais que a nossa fadinha, que embalada pelo balanço do seu “possante” carrinho dormiu que nem gato em bica.
Dan e a bailarina

       No último desfile do carnaval 2013, a Bela bailarina inaugurou todo o enxoval na casa da vovó Lita. Isa adorou o bercinho que o tio Carlinhos montou com todo o carinho e o banho na banheira do vovô. 
Isa no Berço da vóvó
Bela bailarina

          Teve também a estreia do vovô Cesar, ainda um pouco desajeitado, colocou Belinha no colo pela primeira vez . 
Vovô Cesar e Isabela
Vovó Lita com Isabela
          Nossa Bela Isa tem muita sorte de ter avós, tios e amigos com tanto amor e carinho para e dar, e o que eu posso dizer é que mesmo sem dar um pulinho sequer, foi um carnaval inesquecível e de muita felicidade.
Que folia
Carnaval inesquecível
 
       

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O novo pai

O novo pai

Homens e mulheres têm direitos iguais. Para eles, resta correr atrás do prejuízo

Artigo extraído da revista TPM 06.09.2012 | Texto por Antonia Pellegrino (*) Ilustração Adriana Alve



Eu acho que os homens deveriam ter licença-paternidade.” “Pra ficarem enchendo a cara? Ficarem de férias?” Esse breve diálogo revela duas experiências distintas da maternidade, transformadas por causa do papel do pai. Se mãe é mãe, o pai não é mais o mesmo.
Dizem as babás antigas, donas de ampla sabedoria prática, que na última década passaram a ver muitos pais dividindo as responsabilidades do cuidado da criança com as mães. Esses seriam os “novos pais”, em oposição ao pai tradicional.
O pai tradicional é aquele que divide os custos do bebê com a mãe, mas não divide a responsabilidade – estas são as pobres filhas do feminismo. Durante a gestação, ele segue sua vida normalmente: sai, bebe, volta tarde, acorda de ressaca, reclama que a mulher não é mais a mesma. É comum mulheres com essa experiência cultivarem a fantasia de entrar em trabalho de parto numa noite em que o marido esteja de porre.
Quando a criança nasce, o pai tradicional acha que se der “uma ajuda” para a mãe numa troca de fralda ou numa crise de cólica estará fazendo seu papel. Afinal, é dela 90% da responsabilidade sobre o bebê. Sendo assim, ele chega à noite do trabalho, faz um carinho no filho e vai para o quarto. No máximo dá o banho. Para as mulheres que procriam com pais tradicionais, pelo menos até a criança dizer “papai”, ser mãe é ser sozinha.
Como a mãe precisa ter quatro mãos, as outras a entrar na dança serão as da babá e/ou da avó. E, assim, licença-paternidade pra quê?
Pai para toda obraJá o novo pai é filho da revolução feminina. Para ele, homens e mulheres têm direitos iguais, mas, na maternidade, a mulher é mais poderosa: é ela quem gesta, pare e amamenta. Resta a ele correr atrás do prejuízo: ser parceiro na gravidez e engravidar também; ir às consultas médicas; fazer cursos de pais; estar ao lado da mulher no parto para cortar o cordão e, logo depois, dar o primeiro banho na criança. Enfim, encarar a paternidade como 50% de responsabilidade dele e 50% de responsabilidade da mãe.
Para o novo pai, trocar a fralda das seis da manhã ilumina o dia. Passar o dia fora de casa é morrer de saudade. Chegar do trabalho e dar banho de chuveiro no filho é sua dose de transcendência diária.
Dizem que as crianças hoje em dia já nascem mais espertas. Coincidência ou não, muitas delas são filhas dos novos pais. Não seria um efeito do olhar do novo pai? Talvez. Ainda não sabemos as consequências desse acréscimo amoroso, mas eu acho sortuda a criança que nasce com um pai disposto a limpar-lhe a bunda com franco sorriso no rosto. Certamente isso há de ter efeito na autoconfiança, na coragem para encarar o mundo e, sobretudo, na capacidade de amar desse futuro adulto que, no seu tempo, tornar-se-á um pai ou mãe ainda mais preparado para cuidar.

(*) Antonia Pellegrino, 32 anos, é roteirista e escritora. Seu e-mail: a.pellegrino@terra.com.br